http://www.totalrace.com.br/site/entrevista/2011/11/exclusivo-nao-destrui-a-confianca-de-massa-diz-alonsoExclusivo: “Não destruí a confiança de Massa”, diz Alonso
Alonso comemora seu nono pódio no ano, na Índia
Crédito da foto: Divulgação/Ferrari
Espanhol elogia o companheiro, garante ignorar o risco de acidente quando está na pista e aprova novos circuitos
Enquanto o paddock fervia com troca de experiências sobre o país que estreava no calendário da Fórmula 1, a reportagem do TotalRace se dirigia ao HC da Ferrari, às 15h30, horário de Nova Delhi, Índia, na quinta-feira, dia 27 de outubro, para uma entrevista especial.
Em uma sala do segundo andar, uma mesa e três cadeiras vazias. A espera durou dois minutos, no máximo, até a chegada do entrevistado: Fernando Alonso. O bicampeão do mundo tem uma postura particular em entrevistas exclusivas. Dificilmente olha nos olhos do entrevistador. Desvia o olhar para a mesa, foca o celular, o gravador, seja qual for o objeto sobre ela. Se parece distraído, suas respostas mostram o contrário – Alonso é um dos mais lúcidos do paddock e suas palavras, sempre escolhidas a dedo, demonstram enorme capacidade de reflexão.
Em alguns momentos, enquanto uma pergunta é formulada, o espanhol mira o jornalista com olhar fulminante. Um olhar capaz de minar a confiança do “adversário”, algo que Alonso sabe como poucos. Mas seria essa sua principal característica? Destruir a confiança dos companheiros de equipe. Em relação ao brasileiro Felipe Massa, Alonso discorda.
“Não penso que a confiança de Felipe esteja destruída. Penso que ele é sempre o mesmo piloto fortíssimo. Vimos isso claramente nas últimas seis corridas, quando ele largou em quatro oportunidades à minha frente (na Índia, Alonso largou à frente de Massa). Estamos muito próximos se avaliarmos as classificações.”
O desfecho da resposta de Alonso tornava necessária a réplica: mas e em ritmo de corrida? “Em corrida eu não sei. Seguramente quando o carro não é muito rápido, não é veloz, é muito difícil fazer uma boa performance ou coisas boas. Tenho muito respeito por Felipe e o vejo como um dos melhores pilotos do mundo. Estou certo que, se tudo der certo e tivermos um carro competitivo no próximo ano desde o começo, ele é um dos favoritos a vencer em todas as corridas.”
As recentes mortes de Dan Wheldon, na Fórmula Indy, e de Marco Simoncelli, na MotoGP, aqueceram a discussão sobre a segurança nas pistas. Alonso, um dos líderes dos pilotos da F-1, tem opiniões bastante claras, e garante que risca de seus pensamentos o perigo ao qual está sujeito.
“Removo completamente (o risco). Não penso jamais no risco ou na possibilidade de haver um incidente quando estou em um carro. Está fora de todos os meus pensamentos. Mas é certo que em momentos difíceis como este no esporte a motor, você se recorda que é um esporte perigoso e que, em velocidade acima de 300 km/h, se tiver um problema está arriscando a vida. Mas a paixão por carros e pela velocidade é tão grande que te faz esquecer tudo toda vez que fecha a viseira.”
Na Itália, país da escuderia por onde pilota, a discussão atingiu o ponto de questionar-se corridas deveriam ou não serem feitas.
“Penso que não seria justo (abolir as provas). Há tantas coisas no mundo que podem melhorar. Temos que aprender com os erros e com as coisas que não vão bem, para melhorar a segurança que é o mais importante. Isso é um espetáculo que acontece a cada dois domingos para fazer esporte e as pessoas felizes em casa. Isso é um show em geral. Mais ou menos arriscado que outros shows. Estou certo que é menos arriscado que o cinema, quando se faz um filme. Mas no fim estamos nós livres para escolher o que queremos fazer. O que queremos fazer é competir com carros. Abolir é um pouco demais. Mas melhorar é sempre necessário.”
Em Delhi, na Índia, mais uma obra de Hermann Tilke ganhou vida. O circuito do alemão foi elogiado, mas a reputação do arquiteto não é das melhores. Muitos o condenam de realizar pistas chatas que proporcionam pouca emoção. São frequentes os argumentos de que autódromos tradicionais, como Spa, Suzuka e Interlagos são mais desafiadores, ainda que menos seguros. Na balança entre moderno e clássico, seguro e ousado, Alonso opta pelo caminho atual.
“Prefiro os circuitos novos. Chatos ou não é difícil dizer. Penso que, sobretudo este ano com as novas regras, vimos muitas ultrapassagens que ninguém esperava. Não acho que seja um problema do circuito em serem chatos ou não. Não acho que os circuitos tradicionais são mais divertidos. Talvez sejam mais belos para guiar, porque temos curvas interessantes. Os novos podem parecer uma cópia dos anteriores. Mas penso que as pessoas devem gostar de todos os circuitos porque o show é sempre o máximo.”
Nada que añadir :-)
Disculpen que esté en portugués, pero creo que se entiende muy bien.